quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Artigo de André Soares: "Afaste-se da mediocridade!"

  

Afaste-se da mediocridade!

Artigo de André Soares - 03/06/2019 

Uma máxima inexorável que governa o mundo é que a maioria absoluta da humanidade foi, é, e sempre será medíocre. Mas, o que há de errado com a mediocridade? A princípio, nada! Mediocridade não é crime, e não desabona seus protagonistas. Isso porque mediocridade significa ser mediano, estar na média. Ou seja, ser medíocre é ser uma pessoa absolutamente normal, exatamente como a esmagadora maioria da humanidade foi, é, e sempre será; e tal qual muito provavelmente você se orgulha imensamente por ser. Que assim seja! Todavia, ser medíocre também é ser sem relevo, sem expressão, sem projeção, sem destaque, sem razão, sem “tesão”, e sem todos os nobres atributos que constituem a magnanimidade da personalidade das pessoas nobres de caráter. E não se deixe enganar: porque pessoas verdadeiramente nobres de caráter são raríssimas. Assim, àqueles que muito improvavelmente são uma delas e querem ter uma vida feliz e auspiciosa de realizações, recomendo intransigentemente que declarem “guerra” à mediocridade e se afastem urgentemente e absolutamente de toda a mediocridade deste mundo!

Por que? Porque outra máxima inexorável nos ensina metaforicamente que “aves de mesma plumagem voam juntas”. Isso porque todos os seres vivos do planeta são regidos pelo fenômeno psicossocial de conviverem única e exclusivamente com os seus iguais. Destarte, assim como no mundo das aves pardais voam com pardais, andorinhas voam com andorinhas, araras voam com araras, falcões voam com falcões, águias voam com águias, etc...; igualmente no mundo dos homens, pessoas medíocres “voam” com pessoas medíocres, e personalidades nobres de caráter somente “voam” com pessoas nobres de caráter. Portanto, se você é um destes, saiba que a plenitude do seu sucesso, realização e felicidade dependerão fundamentalmente de afastar-se radicalmente de toda mediocridade que exista à sua volta, para “voar” única e exclusivamente com os seus iguais, e por toda a vida. Nesse mister, vale enfatizar aqui as sábias palavras do conhecido ditado: “Dize-me com quem andas, e dir-te-ei quem és”.

E essa regra de ouro deve ser aplicada rigorosamente e sem exceções. Isso significa afastar-se não apenas das pessoas medíocres dos diversos círculos sociais, profissionais, de amizade, de lazer, etc; mas afastar-se primordialmente também das pessoas medíocres de todo o âmbito familiar. E é principalmente nesse contexto parental que essa regra de ouro assume uma complexidade e dificuldade extraordinárias e insuperáveis, que demandam a que a maioria absoluta das raríssimas pessoas nobres de caráter fracasse nesse desiderato. Porque significa afastar-se também e absolutamente das pessoas medíocres dos dois núcleos familiares mais íntimos e afetuosos: o constituído pelos pais, filhos e irmãos; e o constituído pelos cônjuges.

Nesse sentido, importa aqui ressaltar uma crucial diferença entre eles que é de fundamental importância na consecução dessa regra de ouro: o livre arbítrio. Isso porque a relação familiar entre pais, filhos e irmãos é de natureza consanguínea. Consequentemente, seu determinismo é de natureza estocástica. Ou seja, aleatório. Significa que é absolutamente impossível a qualquer pessoa poder escolher ou decidir quem serão seus pais, filhos e irmãos. Pois essa relação familiar é uma fatalidade do destino, a qual é majoritariamente infeliz para a esmagadora maioria das pessoas nobres de caráter, que são condenadas a conviver com pais, filhos e irmãos medíocres durante longos e terríveis anos, especialmente na infância e adolescência; e muitas vezes por toda a vida. 

Diferentemente, a relação familiar do casamento é exclusivamente determinada pelo livre arbítrio dos cônjuges. Consequentemente, se por um lado é absolutamente impossível se evitar ter pais, filhos e irmãos medíocres, por se tratar de uma fatalidade familiar inescapável; contrariamente, por outro lado, é plenamente possível se evitar o casamento com cônjuges medíocres, pois essa é uma decisão que demanda exclusivamente do livre arbítrio individual. Portanto, a culpa por todas as consequências deletérias e infortúnios sofridos no casamento, decorrentes da convivência com cônjuges medíocres, é devida exclusivamente àqueles que livre e conscientemente os escolheram.

Contudo, esta regra de ouro impõe naturalmente também um segundo óbice, exponencialmente mais intransponível: porquanto personalidades nobres de caráter são raríssimas, lembra? E quanto mais nobre se é, mais raro e difícil será se encontrar alguém de nível congênere para “voar juntos”; o que se constitui num desafio de vida, sem nenhuma garantia de êxito. Isso significa que é imperioso aos nobres de caráter dominar a expertise de saber “voarem” sozinhos. Porquanto esse encontro especialíssimo pode nunca acontecer em suas vidas. E esse é o ônus indissociável e inerente à condição de se ser, cada vez mais, um nobre de caráter.

Destarte, deve-se começar naturalmente pelo afastamento da mediocridade familiar mais terrível e deletéria que existe: a paterna e materna. Isso porque filhos, desde o nascimento, estão “escravizados” à tutoria de seus pais até atingirem a maioridade civil, porquanto são juridicamente considerados seus dependentes. Consequentemente, filhos nobres de caráter devem envidar todos os seus esforços para alcançarem autonomia e independência financeira o mais cedo possível, a fim de se libertar da dependência econômica de pais medíocres, e poder viver e conduzir a própria vida livremente por si mesmos, arcando pessoalmente com suas necessidades, e saindo da casa dos pais o mais breve possível. Desta forma, libertar-se-á da degenerescência familiar mais prejudicial aos nobres de caráter, por conseguir afastar-se duplamente não apenas da mediocridade paterna, mas consequentemente também da mediocridade de irmãos e irmãs.

Contudo, é crucial esclarecer que cumprir a regra de ouro de “afastar-se da mediocridade” não significa, em hipótese alguma, condenar-se a viver socialmente isolado, longe das pessoas, sozinho, sem ninguém, vivendo como um eremita, ou misantropo. Muito pelo contrário! Porque, paradoxalmente, é plenamente possível e inclusive desejável “afastar-se da mediocridade”, relacionando-se concomitantemente ao máximo em todo o espectro social, sem que haja qualquer comprometimento dessa máxima. É isso mesmo! Porque como muito sabiamente profetizou o filósofo Aristóteles, desde o século III A.C., “o ser humano é um animal social”. Porquanto, como é notório, o relacionamento psicossocial é uma característica humana imperiosa para a sobrevivência do indivíduo e a perpetuação da nossa espécie. 

Portanto, é de todo fundamental aos nobres de caráter dominar a expertise de se relacionar interpessoalmente e socialmente com máxima eficiência, em todos os círculos sociais, comandando pessoas, a coletividade e liderando sociedades inteiras, transformando-se inclusive em personalidades populares, admiradas e assediadas por seus valorosos atributos, bem como usufruindo dos inúmeros benefícios decorrentes; mas sabendo afastar-se completamente ao mesmo tempo de toda a mediocridade que lhes são inerentes.

Por fim, reitero que este é um paradigma destinado apenas e tão somente às raríssimas personalidades nobres de caráter deste mundo; o que, com a mais respeitosa e devida vênia, muito provavelmente não é o seu caso. 

Todavia, ofereço aqui uma ótima notícia a todos os medíocres que queiram deixar de ser. Porque ser medíocre não é uma fatalidade – é uma opção de vida. 

Você que é medíocre está realmente interessado em transcender-se?

Então, inicie esse processo aplicando em sua vida o lema: “Antes só do que mal acompanhado”.

Contudo, se você for mulher, muito provavelmente esse processo será ainda muito mais difícil. Porque, como é cediço, a esmagadora maioria das mulheres medíocres do planeta professa intransigentemente, principalmente no casamento, a escabrosa estupidez: “Antes mal acompanhada do que só”.

Então: "Viva o livre arbítrio!" e “Que assim seja!”

Ademais, como também já disse aqui em outras oportunidades: “toda estupidez tem o seu preço”.

Artigo de André Soares: "Afaste-se da mediocridade!"


 

terça-feira, 22 de setembro de 2020

Artigo de André Soares: A "escalada"​ da vida - 17/07/2020

 

  

 

O êxito na vida guarda grande analogia com o êxito nos desportos, a exemplo do alpinismo; destacando-se, neste caso, três dos seus elementos primordiais em comum: o alto risco, a excelência dos alpinistas e a qualidade das cordadas. Assim, o entendimento e a aplicação prática dos paradigmas dessa similitude é de todo crucial para o sucesso pessoal, em todas as searas da vida.

Ao contrário do que se possa imaginar, o êxito na “escalada” da vida pode ser tão arriscado quanto a escalada dos mais íngremes picos e montanhas. Porque alcançar a plenitude do sucesso pessoal implica em vencer óbices tão perigosos quanto os do alpinismo. Dessa forma, assim como vários alpinistas fracassam e até mesmo morrem, vitimados por diversas e imprevisíveis adversidades, é importante cientificar-se de que o destino reserva igualmente numerosas e imprevisíveis contingências, e até mesmo fatais, aos candidatos à bem sucedância. Portanto, o alto risco, em suas diversas naturezas, é intrinsicamente inerente ao sucesso pessoal; restando àqueles que o almejarem terem a devida expertise e coragem para vencê-lo.

Por outro lado, assim como alpinistas são dotados de atributos especialíssimos, de forma congênere são as pessoas bem-sucedidas; cuja excelência é edificada ao longo de toda vida, por meio de um processo sistemático de autoconhecimento e auto aperfeiçoamento. Contudo, aqui se insere um ponto de inflexão crucial, tanto para alpinistas, como para “escaladores” do sucesso. Trata-se de decidir se a referida “escalada” será realizada em parceria, ou sozinho (“free solo”).

No primeiro caso, estabelecer-se-ão obrigatoriamente as cordadas; que, no alpinismo, é a denominação da união de um escalador aos demais, por meio de uma corda. Consequentemente, a eficiência das cordadas está diretamente afeta à expertise dos escaladores envolvidos e à qualidade das cordas utilizadas; que determinarão o sucesso ou fracasso da escalada, podendo inclusive demandar a morte de um, ou até mesmo de todos os alpinistas.

Essa analogia se reproduz igualmente na “escalada” da vida, cujas “cordadas” nada mais são que os relacionamentos humanos, estabelecidos pelas pessoas em todas as searas suas vidas, desde o núcleo familiar, escolar, religioso, profissional, conjugal, etc...; os quais corroborarão inequivocamente tanto o eventual sucesso ou fracasso da pretendida “escalada”. Nesse sentido, ressalta-se a sabedoria do filósofo Aristóteles, que profetizou, deste o século III A.C., que “o ser humano é um animal social”; demonstrando assim a importância vital do relacionamento humano para a sobrevivência do indivíduo e a perpetuação da nossa espécie. Portanto, a consecução de uma vida auspiciosa requer que todas as suas “cordadas” sejam constituídas por pessoas especialíssimas, concomitantemente com o alto nível da reciprocidade desses relacionamentos.

Entretanto, no contexto da atual crise do “mal do século”, que é a pandemia de doenças e transtornos mentais que aflige a humanidade, não seria exagero afirmar que a constituição de relacionamentos pessoais de excelência está muito mais difícil que a formação de cordadas de alto nível para escalada do Everest, que é o mais elevado e um dos mais perigosos picos do planeta. Portanto, mais que uma tragédia psicossocial da atual conjuntura, esta fatalidade representa um importante alerta às raríssimas e especialíssimas pessoas verdadeiramente vocacionadas ao sucesso na “escalada” da vida. Porque, como são cada vez mais intransponíveis as dificuldades na constituição de “cordadas” de excelência nos relacionamentos interpessoais, muito provavelmente o destino fatídico de qualquer tentativa de “escalada” audaciosa terá indubitavelmente um único resultado final: o abismo.

Todavia, a consciência deste alerta não significa a abdicação aos triunfos e glórias da “escalada” do sucesso, mas simplesmente a inteligência de não se suicidar por ele. A boa notícia é que, ainda assim, o êxito na “escalada” da vida permanece plenamente possível. Mas, tão somente aos “escaladores” super excepcionais, que optarem pela perigosíssima alternativa “free solo”.

Artigo de André Soares: "A escalada da vida"