Artigo de André Soares - 15/03/2018
Adapte-se ou morra. A teoria
evolucionista de Charles Darwin pode ser assim sintetizada. Goste-se ou
não, ela é universal, verdadeira e válida para todas as espécies no
planeta. Significa que a sobrevivência de toda e qualquer forma de vida
impõe a necessidade de sua evolução. Assim, as espécies que evoluem
sobrevivem, e as que não perecem e são extintas da face da terra.
Simples assim. Nesse sentido, a humanidade se sente cada vez mais
tranquilizada, no sentido de que sua sobrevivência e perpetuação estão
cada vez mais asseguradas. Visto que, de todas as espécies existentes no
planeta, os seres humanos são os mais evoluídos. Mas, nesse momento,
cabe a seguinte pergunta: Será?
Será que o ser humano de hoje é
necessariamente mais evoluído que o do passado? Bem, se a teoria
evolucionista estiver correta - e está - então o ser humano da
atualidade é necessariamente mais evoluído que seus ancestrais. Até
porque, em caso contrário, obviamente a humanidade estaria extinta.
Portanto, se estamos todos aqui hoje é porque necessariamente evoluímos.
Mas, será que estamos no caminho
certo da evolução? Embora a maioria esmagadora das pessoas responda que
sim; com a devida vênia, considero seriamente que não. E o melhor
indicativo de que estou certo é a maior epidemia que acomete a
humanidade na atualidade: o “mal do século”, ou a “crise do século XXI”.
Embora a maioria desconheça, estamos
vivendo na atualidade a "crise do século XXI", ou "mal do século", que é
a pandemia de doenças e transtornos mentais, cuja projeção da
Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê se tornar até 2030 a patologia
mais prevalente no planeta, à frente do câncer e algumas doenças
infecciosas. Estresse, ansiedade, fobias, bipolaridade, depressão,
assédio moral, “bullying”, síndrome do pânico, dentre outros, fazem
parte do inevitável coquetel de problemas psicológicos da vida moderna,
que estão lotando os consultórios psicológicos e psiquiátricos, cada vez
mais repletos de homens, mulheres e crianças, fragilizados e doentes da
psique. Em termos práticos, significa que, se ainda há quem não tenha
sido acometido por pelo menos alguma dessas doenças, no futuro próximo
certamente será.
Portanto, há que se perguntar: A
realidade trágica da epidemia do “mal do século” demonstra a evolução da
humanidade? É claro que não. Ao contrário, é a comprovação mais que
escancarada que a humanidade está no caminho errado da evolução. E dois
aspectos tornam tudo isso ainda mais desesperador: as pessoas ainda não
se deram conta disso, e o prognóstico quanto à epidemia do “mal do
século” é pessimista - porque só vai piorar.
Mas, onde está o erro no contexto da evolução da humanidade?
Resposta: No entendimento e
aplicação equivocados sobre a teoria evolucionista de Charles Darwin,
quanto ao que realmente significa evolução. Porque o entendimento
equivocado consensual é o de que evolução significa mudança, no sentido
de adaptação ao ambiente. Mas o entendimento correto é o de que evolução
significa melhoria, nesse mister. Qual a diferença? A diferença é que
todas as espécies, indistintamente, tanto as que sobreviveram como as
que foram extintas, mudaram para se adaptar ao seu meio ambiente. Mas,
somente as que sobreviveram evoluíram. Por que? Porque sua mudança
representou melhoria; enquanto a mudança das que foram extintas não.
Portanto, para uma espécie de vida
evoluir não basta mudar. É necessário também e principalmente melhorar,
sempre. E a tragédia do mal do século é a comprovação cabal que a
humanidade está mudando, mas para pior. Destarte, não se engane, estamos
no caminho oposto ao da evolução e, consequentemente, caso não se
reverta esse quadro, o holocausto da nossa espécie é o destino
inevitável.
Nesse contexto, importa dizer que a
humanidade somente não desaparecerá da face da terra porque desenvolveu
suficientemente a tecnologia da medicina e da indústria farmacêutica de
forma a manter-se artificialmente a vida humana; o que as demais
espécies do planeta não possuem. De toda forma, o colapso e a crise
social serão inevitáveis porquanto o custo generalizado de manter-se uma
sociedade doente e improdutiva é impagável, principalmente em países
corruptos e ineficientes como o Brasil.
A única solução viável,
especialmente no caso da falida sociedade brasileira, é simples:
“salve-se quem puder”. Ou seja, que cada pessoa salve-se a si própria.
Como? Aplique corretamente a teoria evolucionista de Charles Darwin e
melhore-se, a si próprio. Como? Pare de ser fraco e doente, e fique cada
vez mais forte e saudável – o máximo possível. Ou, como bem disse
Charles Darwin: “adapte-se ou morra”.
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