O amor
Artigo de André Soares - 14/08/2010
“Eu te amo!”
Essa, que deveria ser a máxima e universal expressão da comunhão afetiva entre as pessoas é, na verdade, a maior e mais cruel mentira a atingir nossos corações.
Como bem disse Caetano Veloso em sua canção:
“...É um abusar de um santo nome, em vão....ou é a santificação de uma banalidade...”
“Eu te amo!” sempre foi usado pelas pessoas como uma grande blasfêmia contra o próximo, contra si mesmas e contra o próprio amor.
Quanta desilusão, sofrimento e toda a sorte de infortúnios e tragédias são cometidos, em nome do amor!
Amor fraternal, amor paternal, amor maternal, amor ao próximo, amor à pátria, amor romântico.....
Afinal, o que é o amor?
Inúmeras são as respostas, pois em algum momento de suas vidas, todos se convencem imaginar saber o que é o amor.
Os poetas são especialmente célebres em inspiração a nos ajudarem nessa difícil investigação.
Só para citar alguns:
Na visão romântica de Camões (Luís Vaz de Camões)
“Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer...”.
No sentimento apaixonado de Vinicius de Moraes
“E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.”
Na abstração sofrida de Djavan
"Amar é um deserto e seus temores
Vida que vai na sela dessas dores
Não sabe voltar
Me dá teu calor
Vem me fazer feliz porque eu te amo
Você deságua em mim e eu oceano
E esqueço que amar é quase uma dor..."
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