Aviso
"...Qualquer
semelhança com nomes, pessoas, datas, locais, situações, ou
circunstâncias, poderá não ter sido mera coincidência..."
Autor: agente secreto - codinomes: "Fábio" e "Luiz" (20/08/2012)
Fábio
tornou-se “persona non grata” do principal serviço secreto de seu país,
depois que se recusou quando foi obrigado a participar das criminosas
operações clandestinas que estavam sendo perpetradas pela agência. Por
essa decisão e por saber demais sobre aquela organização criminosa, ele
se tornou uma grave ameaça, considerado inimigo e alvo prioritário da
agência. Como sempre acontece no mundo da espionagem, Fábio também foi
traído e abandonado pelos principais governantes do país a quem
recorreu. Assim, Fábio passou a ser caçado de morte pelos espiões
daquele serviço secreto e sua vida repentinamente caiu em desgraça. Para
sobreviver “desaconteceu”, ressurgindo em lugar desconhecido, como
Luiz.
Vivendo
com medo, em permanente fuga e com sua vida pessoal destroçada, Luiz
estava prestes a “cometer o pior” porque a morte é o final inevitável
quando se perde a esperança. E Luiz já não sentia mais essa chama arder.
Desesperançado e antevendo a proximidade de sua “despedida”, o acaso do
destino faria com que Luiz encontrasse uma pessoa muito especial que
lhe salvaria do suicídio, reacendendo sua esperança de viver e mudando
completamente a sua vida a partir de então.
Ambos
se encontraram num determinado dia em que Luiz saía discretamente do
seu refúgio secreto, cuja circunstância sempre lhe causava grande
preocupação e tensão, pelo risco de ser reconhecido e descoberto nesse
vulnerável momento de exposição. Pois, quando Luiz se certificou não
estar sob observação e lançou-se decididamente para evadir-se
rapidamente do local, foi surpreendido por um estranho que lhe abordou
tão inesperadamente que não lhe foi possível esboçar qualquer reação ou
defesa. Nesse instante, vendo-se perigosamente indefeso diante daquele
indivíduo, o temor dominou-lhe o espírito tal qual o sentimento dos
espiões quando são descobertos por seus inimigos. Porém, o inusitado
aconteceu quando aquele desconhecido, contrariando suas tenebrosas
expectativas, respeitosamente o cumprimentou com um gesto largo e
generoso, oferecendo-lhe um sincero sorriso e dizendo-lhe: “É só
alegria!”
Completamente
atônito com o que acontecera, posteriormente Luiz verificou que aquele
estranho era um pobre e humilde senhor idoso, que ali passava todo o dia
tentando obter alguns trocados vigiando e lavando carros estacionados. E
a todos os que passassem por ele, aquele senhor os cumprimentava sempre
da mesma forma cordial, sincera e sorridente, dizendo: “É só alegria!”.
Assim, dia após dia, em todas as vezes que Luiz saía do seu refúgio
secreto, era quase inevitável encontrar aquele senhor que, mesmo sem ter
retribuída a sua atenção, cumprimentava Luiz alegremente, dizendo-lhe:
“É só alegria!”.
Inúmeras
foram as vezes em que do conforto do seu quarto Luiz observou aquele
senhor idoso, vigiando e lavando carros, religiosamente todos os dias,
seja no frio ou no calor intenso, com sua roupa surrada e correndo pela
rua apenas de chinelos para não perder sua pobre gorjeta, mas sempre
sorrindo e cumprimentando gentilmente as pessoas que encontrava
dizendo:“É só alegria!”
Esse
humilde senhor fez Luiz refletir melhor sobre a vida. Pois, se Luiz
estava se sentindo desgraçado, aquele senhor certamente estava muito
pior que ele.
Então, por que aquele pobre senhor não reclamava da vida?
Por que aquele pobre senhor estava sempre alegre e sorridente?
Por que aquele pobre senhor estava sempre feliz?
Ou, será que aquele pobre senhor, na verdade, era infeliz?
Ou, será que aquele pobre senhor, na verdade, sofria muito mais que ele (Luiz), que tanto reclamava da vida?
Ou,
será que aquele pobre senhor, na verdade, já não pensou seriamente em
por fim à sua vida miserável, como ele (Luiz) estava prestes a fazer?
Por que não fez?
Uma
profusão de dúvidas sobre aquele pobre senhor invadiu a sua mente e no
dia seguinte, pela primeira vez, ao sair do seu refúgio, Luiz retribuiu o
seu cumprimento, respondendo-lhe timidamente: “É só alegria!”. Nesse
momento, uma emoção invadiu sua alma e por um breve instante Luiz sentiu
seu espírito leve. A partir de então, Luiz passou não apenas a
retribuir, mas também a cumprimentar diariamente aquele pobre senhor.
Com isso, Luiz se tornou amigo daquele pobre senhor e passou a viver
aguardando ansioso por viver aqueles breves momentos de alegria em que
ambos compartilhavam reciprocamente o seu lema comum: “É só alegria!”
Num
certo dia, o seu grande amigo lavador de carros, cujo nome Luiz sequer
conhecia, desapareceu; e nunca mais se encontraram novamente para se
saudarem mutuamente: “É só alegria!”. No sofrimento da dor da saudade de
ter perdido o único e incógnito amigo, Luiz alcançou a revelação que
aquele pobre e humilde senhor, lavador de carros, na verdade era um
grande sábio que surgira em sua vida para lhe ensinar como viver e ser
forte. E apenas com o seu exemplo aquele sábio ensinara a Luiz que a
maior força e poder que existe no ser humano está em celebrar a vida
sempre. Porque enquanto houver vida, sempre haverá esperança. Portanto,
enquanto você for contemplado com a dádiva de viver, celebre a sua vida e
as vidas que encontrar em seu caminho. Para isso, basta contagiar o
mundo com sua energia de viver e de lutar pela vida; e “Sorria!” “É só
alegria!”
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