quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Chefia e liderança – O valor do comandante



“A tropa é o espelho do chefe” é uma das máximas mais verdadeiras sobre a carreira das armas. Quem souber empregá-la conseguirá avaliar com precisão e rapidamente o poder militar de qualquer tropa, organização militar, ou forças armadas, sem necessitar de uma investigação aprofundada. Porque todos os militares subordinados, sem exceção, ficam inescapavelmente aprisionados sob a influência da pessoa e valor dos seus comandantes, em tudo. Nos atos de heroísmo e bravura, mas também na incompetência e na corrupção. Isto decorre da vida profissional totalizante a que os militares estão submetidos, sob os rigores absolutos da hierarquia e disciplina militares. É exatamente por isso que outra máxima militar nos ensina que “as palavras convencem, mas o exemplo arrasta”, inclusive o mau exemplo. Portanto, em qualquer circunstância, seja qual for o efetivo, valor, ou situação de emprego das forças militares de qualquer natureza, estar-se-á sempre diante do retrato mais fiel da pessoa do seu comandante.

Exemplo que representou importante ponto de inflexão a favor do combate ao terrorismo internacional foi o sucesso da ação de inteligência militar dos EUA no Paquistão, que culminou com a morte de Bin Laden, líder do grupo terrorista Al Qaeda. Se o presidente dos EUA, Barack Obama, recebeu merecidamente os louros desse êxito, o seu mérito é exclusivamente de natureza política. Porque os principais responsáveis pela vitória dessa arriscada missão são os combatentes anônimos da tropa de elite da marinha norte-americana que empreenderam esse perigoso combate. Pois, não são os reis, presidentes, ou governantes, que lutam e morrem para vencer as guerras de seus países, mas os seus militares combatentes, com sua coragem e destemor. Portanto, como a tropa é o espelho do chefe, esses militares norte-americanos são o reflexo cristalino de seus comandantes, que certamente os “arrastaram” para o sucesso dessa missão com seus exemplos pessoais.

Todavia, esse episódio não é a regra, mas a exceção quando se trata da realidade das forças militares em geral, principalmente no Brasil, em que nossas forças armadas são não operacionais. Isso significa que elas são capazes de lutar, mas não de vencer, porquanto tropas operacionais são forjadas nas lides do emprego em combate e não dentro dos quartéis. Nessa conjuntura de ineficiência de emprego militar das forças armadas brasileiras, chegamos à situação alarmante em que os seus comandantes e toda a cúpula militar, em suas longas carreiras, nunca vivenciaram situação real de combate. Os únicos brasileiros da atualidade possuidores dessa inestimável e insubstituível experiência profissional militar são os nossos corajosos “pracinhas” da Força Expedicionária Brasileira (FEB). Estes conhecem o verdadeiro e “bom combate”, no qual muitos deles morreram na II guerra mundial em defesa do Brasil, mas que hoje estão completamente esquecidos. Todavia, os nossos comandantes militares das forças armadas ostentam medalhas, muitas medalhas.

A verdade é que a ineficiência é o mal que acomete as estruturas militares quando a carreira das armas se desvirtua e se afasta de sua atividade-fim que é o combate. Esse é o contexto atual, em que a carreira das forças armadas brasileiras tornou-se profissão desprestigiada, porém muito disputada por ter se transformado num excelente emprego, sendo dominada pelos carreiristas de gabinete, preterindo os verdadeiramente vocacionados para a vida castrense. Isso é o que vem ocorrendo há décadas, cuja crescente e grave evasão de jovens promissores de suas fileiras é hemorragia incontida que os atuais comandantes militares tentam esconder, mas não conseguem estancar. Portanto, confirmando a máxima inexorável, nossas forças armadas são exatamente o retrato mais fiel da pessoa de seus respectivos comandantes.

Se qualquer pessoa em são consciência e voluntariamente não habitaria com sua família uma residência construída por um engenheiro que nunca construiu, e não submeteria qualquer de seus familiares a uma cirurgia realizada por um cirurgião que nunca operou, a triste verdade é que a defesa nacional está entregue a comandantes militares que nunca combateram. Quando a nação brasileira conclamar nossas forças armadas ao derradeiro combate em defesa do país, estaremos confiando a esses comandantes o destino do Brasil e a vida de nossos filhos. Todavia, eles ostentam medalhas, muitas medalhas. 
  

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Missão Impossível II - Operação "Cel Walther Nicolai"



Seja bem-vindo à Missão Impossível II – Operação “Cel Walther Nicolai”!


Em Missão Impossível - II, você conhecerá a realidade criminosa das Operações Clandestinas dos serviços de inteligência e o grave atentado que elas representam para o estado democrático de direito no Brasil.
Em Missão Impossível - II, você compreenderá a sabedoria da máxima proferida pelo Cel Walther Nicolai, admoestando-nos que a Inteligência de Estado deve ser exercida exclusivamente pelos nobres em dignidade, caráter e amor à Pátria. Porque, caso contrário, essa atividade sempre desmorona, ferindo de morte a democracia e o estado de direito constituído.
Em Missão Impossível - II, você está convidado(a) a ter o privilégio de ladear conosco na nobre missão de combater criminososos protagonistas de desvirtuamentos da Inteligência de Estado no país, para que essa atividade no Brasil seja confiada exclusivamente aos nobres cidadãos brasileiros.

Inscreva-se, e "Bom combate"!
 

"A INTELIGÊNCIA É UM APANÁGIO DOS NOBRES

CONFIADA A OUTROS,

DESMORONA."

Coronel Walther Nicolai - 1873/1934

(Chefe do Serviço de Inteligência do Chanceler Bismarck)


Cordialmente,
Inteligência Operacional

Leia:
Artigos de André Soares
 

Inteligência & Cidadania


Inteligência & Cidadania é um empreendimento de iniciativa de Inteligência Operacional, de natureza cívico-social, em âmbito nacional e sem fins lucrativos, destinado a levar à sociedade brasileira, às instituições públicas, privadas e estabelecimentos de ensino, informações e conhecimentos fundamentais sobre a Inteligência de Estado no Brasil, necessários ao pleno exercício da cidadania, no contexto do estado democrático de direito vigente.
Inteligência & Cidadania é especialmente importante no contexto da atual crise institucional de Inteligência que vive o Brasil, cujas graves proporções são desconhecidas pela sociedade brasileira, conquanto suas implicações afetem diretamente os desígnios da nação e a vida de todos os cidadãos.
Inteligência & Cidadania, em seu ciclo de palestras, esclarece com transparência e publicidade todas as questões afetas ao obscurantismo dos serviços de inteligência nacionais e sobre a realidade do Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN), desvelando a sua realidade intestina.
Inteligência & Cidadania apresenta os novos desafios da Inteligência de Estado no Brasil, no contexto nacional e internacional, com a propositura de soluções constitucionais e democráticas, fundamentadas no estado de direito, sob a égide da doutrina da Tríade da Inteligência, constituída dos pilares fundamentais do Sigilo, Legalidade e Ética.

Conheça Inteligência & Cidadania e participe (clique aqui)

O combate à corrupção no Brasil

Artigo de André Soares - 19/08/2011



Que o Brasil é um país muito corrupto, só a sociedade brasileira finge desconhecer. Portanto, a crucial questão é saber se a corrupção no Brasil tem solução. Ou melhor, cura. Porque a corrupção é doença cancerígena do estado. Nesse contexto, a verdade é que o Brasil está na UTI, em estado grave, sofrendo desse câncer em fase de metástase avançada. E se você quer saber sobre a gravidade da corrupção no país, pergunte então a um médico oncologista o que é câncer em metástase avançada.
A despeito do discurso oficial dos nossos governantes dos poderes executivo, legislativo, judiciário e do ministério público sobre a vitória da luta contra a corrupção no Brasil, a realidade é que nossa conjuntura atual é pessimista, pois o efeito que esse esforço representa no combate a essa grave criminalidade que nos aflige é semelhante ao do tratamento do câncer com o uso de aspirina. Se você é um desses servidores públicos engajados na luta contra a corrupção no Brasil, a verdade é que, ao contrário, muito provavelmente você está trabalhando a favor dela. Porque a sociedade brasileira e principalmente os integrantes de nossas instituições nacionais estão sendo manipulados nesse sentido pela forma mais agressiva de corrupção, que ocorre quando ela alcança e toma o poder do estado constituído, como lamentavelmente acontece atualmente no Brasil.
Significa que a nação brasileira está sendo enganada por seus próprios dirigentes, a fim de fazê-la pensar que a corrupção no país está sendo efetivamente combatida, quando de fato não está. Isto se dá por orquestrada desinformação propagandística, lastreada em estatísticas devidamente "torturadas", visando a aparentar uma pseudoeficiência estatal; e pelo emprego de uma insidiosa e clandestina engenharia política a comandar ações institucionais a serviço da legitimidade, hegemonia e incolumidade do estado corrupto.
Todavia, essa leviandade estatal está escancaradamente institucionalizada e eficientemente viabilizada no país graças ao desvirtuamento criminoso dos servidores públicos de nossas instituições nacionais, em todos os seus níveis, seja por participação ou conivência; principalmente dos investidos em cargos de comando, direção, ou chefia, cuja responsabilização pessoal e funcional é inescapável. Assim, a outra questão é saber como esses funcionários do estado convivem com as suas próprias consciências, ante à consciência de sua anuente manipulação. Porque como nada fazem contra esse estado de coisas, certamente não são menos corruptos que os corruptos que dizem combater.
Portanto, a única cura possível para o câncer da corrupção que vitima o Brasil está na ação de pessoas: éticas e que transformem ética em ações, não em palavras; com coragem moral inabalável; com um passado digno e transparente; que dêem o exemplo em tudo; livres e independentes; que não tenham comprometimento com ninguém e com nada e; dispostas ao verdadeiro combate contra a corrupção no Brasil, cujo tratamento requer ações urgentes e avassaladoras de quimioterapia, principalmente contra as células malignas que o alimentam proliferando o seu contágio pelo país, que são os muitos servidores públicos corruptos de nossas instituições nacionais que, por dolo ou culpa, estão infectando de morte o estado brasileiro.

Esperança, ou ilusão? – II

“Feliz Ano Novo!..Feliz Vida Nova... ou...Feliz nova "vida velha"?"


 
A cada dia as pessoas prometem a si mesmas que mudarão suas vidas e realizarão tudo o que sempre desejaram, pois seus sonhos ainda não aconteceram. Assim, os dias vão se passando...passando...passando...e, evidentemente, nada acontece. Até que o final do ano acontece porque, como o final de tudo sempre acontece, este foi mais um ano que se perdeu esperando a vida acontecer. Nesse momento, as pessoas são abruptamente acometidas por um sentimento misto de desespero e esperança. Desespero pela certeza de que a contagem regressiva de suas vidas está cada vez menor e que o seu fim está cada vez mais próximo, misturado numa histérica e frágil esperança de que suas vidas acontecerão, conquanto seja incerto o tempo que ainda lhes resta. Isso é esperança, ou ilusão?
Lembremos que a esperança é a característica humana que constitui sua maior força e sua maior fraqueza, pois com a sua inspiração as pessoas são capazes de realizações e superações inimagináveis, mas também de se entregarem à escravidão e ao infortúnio. Porque a esperança que não se fundamenta na fé naquilo que seja verdadeiro é, na realidade, pura ilusão. Destarte, a única verdade na vida daqueles que se entregam passivamente à mera expectativa de melhores auspícios para si mesmos, confiantes na ação exclusiva da intervenção divina, é a realidade do próprio fracasso pessoal na construção desse mister.
Assim, a cada passagem de ano, o que a maioria das pessoas está de fato comemorando é o seu autoengano em acreditar na mentira que o acaso da sorte lhes abençoará com as dádivas de uma vida exitosa, que na verdade nunca sairá do mundo dos sonhos. Pois, estas pessoas estão celebrando os desígnios de uma nova “vida velha” e medíocre que continuarão a ter porque aprisionaram suas existências no cárcere da pusilanimidade e inação.
Viver assim é viver de esperar – esperando um ano melhor, esperando uma eleição melhor, esperando uma vida melhor, esperando um país melhor, esperando um mundo melhor, esperando o aumento, esperando ganhar o prêmio, esperando o amor, esperando a felicidade, esperando a sorte, esperando a morte, "...esperando, esperando, esperando..."


A Vingança



"...Qualquer semelhança com INTELIGÊNCIA OPERACIONAL poderá não ter sido mera coincidência..."


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“A Vingança é um prato que se come frio” é, paradoxalmente, expressão de grande notoriedade, mas de significado desconhecido pela maioria. Ela significa que a consecução da vingança é um prazer tão arrebatador que se assemelharia a uma comida tão especialmente saborosa que sequer precisaria ser aquecida. Pois, a vingança é indubitavelmente um dos mais avassaladores prazeres que se pode sentir. Significa também que, contrariamente ao pensamento unânime que a condena a ser exclusivamente um sentimento vil; ela também pode ser nobre e justa. Isso porque a vingança, em sua genealogia, pode ser oriunda de duas motivações distintas: a inveja e a injustiça.
Assim, a vingança motivada pela inveja é evidentemente um sentimento vil e abjeto porque é próprio do espírito das pessoas indignas, patologicamente egoístas e com elevado complexo de inferioridade, para quem assistir ao sucesso alheio representa um sofrimento insuportável, especialmente se tiverem sido preteridas em decorrência dele. Destarte, revoltadas por não terem sido contempladas com o beneplácito das pessoas privilegiadas, ou com a maestria e virtuosismo das bem-sucedidas, e ainda sentindo-se prejudicadas e ameaçadas pelo seu êxito, tornam-se pessoas amarguradas e contaminadas pela inveja, cujo ódio alimentado progressivamente deságua no seu destino final - a vingança.
Exemplo clássico, potencialmente perigoso na vida real, conquanto aparentemente inofensivo por se tratar de obra de ficção, está na famosa história infantil “Branca de Neve e os 7 anões”, conhecida por todos. Nela, a rainha má trama e ordena a morte da Branca de Neve, motivada exclusivamente por sua inveja da beleza esplendorosa da jovem beldade, que ingenuamente desconhecia que o sucesso é uma fonte inesgotável de inimigos porque fomenta a inveja alheia. Todavia, se no conto de Branca de Neve a rainha invejosa não foi bem-sucedida em sua vingança, na vida real muitas vezes não acontece o desejado final feliz. Porque a vingança de pessoas invejosas se reproduz tragicamente na realidade da vida de muitas pessoas que, à semelhança da ingênua Branca de Neve, sequer perceberam que foram vítimas do próprio sucesso.
Por outro lado, a vingança motivada pela injustiça pode ser nobre e justa. Embora sejam raros, podemos citar o exemplo recente da história internacional, referente ao atentado terrorista ocorrido na olimpíada de Munique de 1972, matando vários atletas da delegação israelense, que ficou conhecido como “Massacre de Munique”. Em resposta a esse ato hediondo contra o estado de Israel, que vitimou covardemente e violentamente inocentes cidadãos daquele país, o governo israelense, por decisão da sua primeira-ministra Golda Meir, determinou ao seu Serviço Secreto, conhecido como “Mossad”, a realização de uma operação sigilosa encoberta para caçar em todo o mundo e eliminar os mentores e autores do referido atentado. E, pouco tempo depois, a maioria deles foi e "misteriosamente" assassinada.
A despeito das inúmeras e polêmicas considerações que poderão ser suscitadas sobre justiça e ética, vale destacar que, a despeito de eventualmente serem todas relevantes, em se tratando de vingança serão todas não pertinentes. Isso porque a vingança motivada pela injustiça é originalmente sempre nobre e justa porquanto é exclusivamente avaliada segundo os valores próprios do espírito de quem se vinga. É por isso que este não se sente vingativo, mas sim justiceiro, sendo dominado pelo êxtase e realização pessoal, sem qualquer arrependimento pelo ato da sua vingança, o qual ficará eternizado meritoriamente em sua história de vida. 
Ainda inquietante é saber que assim como a vingança pode ser vil ou nobre, ela também pode destruir ou salvar o seu protagonista. Porque a pessoa que arquiteta a sua vingança contra outrem motivada pela inveja tem a alma inoculada pelo próprio veneno, que poderá destruí-la a si mesma, antes mesmo de concretizar o seu intento. Mais perturbador é saber que a vingança motivada pela injustiça é salvadora, pois a alma alimentada pelo sentimento libertador da ética e justiça fortalece em energia o espírito pela vingança, dia a dia.
Portanto, como a história está a nos demonstrar a inexorabilidade da contraditória divergência axiológica da humanidade, especialmente quanto ao significado dos valores de justíca e ética; a vingança, em suas diversas matizes, continuará eternizada entre os homens como poderoso instrumento de glorificação da vida contra a injustiça, eternizando também a dúvida sobre quando a legitimidade de sua servidão estará a serviço dos propósitos de deus, ou do diabo.