sábado, 24 de dezembro de 2011

Informação, conhecimento e poder

Informação e conhecimento não constituem poder. A rigor, informação e conhecimento não representam poder algum. Evidentemente que arriscar tal afirmação, especialmente na atual “era da informação e do conhecimento” em que vivemos, pode demandar risos, impropérios, parecer um despropósito, ou receber total desconsideração. Mas, nada disso muda o fato do poder ser um fenômeno que se manifesta autonomamente em relação à informação e ao conhecimento.Para compreender melhor isto, olhe para você mesmo!
“Que poder você tem?”
O poder que eventualmente você tiver certamente não decorre do seu nível de informação, conhecimento, e nem mesmo de sua experiência.Se informação e conhecimento demandassem poder, os intelectuais, por exemplo, seriam muito poderosos. Todavia, em geral, os intelectuais situam-se no extremo oposto em relação às pessoas com real expressão de poder. Nesse contexto, a capacidade humana de aquisição de informação e conhecimento encontra sua plenitude na sabedoria, condição esta atribuída somente a pouquíssimas personalidades da humanidade – os sábios. Porém, da mesma forma, se informação, conhecimento e experiência demandassem poder, os sábios então seriam poderosíssimos. Entretanto, vale destacar que uma evidente característica comum aos sábios é a sua inexpressividade em termos de poder.Se informação e conhecimento demandassem poder, as escolas, academias, bibliotecas, universidades, centros de estudos e pesquisas, laboratórios, serviços de inteligência, bem como todos aqueles que operam nesses centros de excelência do saber como alunos, professores, pesquisadores, estudiosos, analistas, dirigentes de serviços de inteligência e cientistas, seriam os donos do poder. Mas, não são.A verdade é que o poder não está nas mãos dos que sabem, porque “saber não é poder”. Basta estudar as personalidades realmente poderosas para constatar que o poder está nas mãos dos que fazem, porque “fazer é poder”. É exatamente por isso que alunos, professores, pesquisadores, estudiosos, intelectuais, analistas, dirigentes de serviços de inteligência, cientistas e sábios, enquanto nessa condição, não possuem poder algum, pois eles apenas “sabem”.Extrapolando ao limite, significa dizer que entre a inação de um “sabedor” e a ignorância de um “fazedor”, este tem muito maior poder, pois um “sabedor” que nada faz, apenas “sabe”; enquanto que um ignorante “fazedor” tem o grande poder de fazer o que não deveria – o que geralmente ocorre.Exemplos reais não faltam para ilustrar essa realidade, que vão do hilário ao trágico. O estereótipo da “loura burra”, a despeito de ser objeto de piadas generalizadas, representa a mulher que se enquadra no padrão do(a) ignorante “fazedor(a)”, caracterizando-se por ser, de um lado, uma mulher de pouca ou nenhuma cultura; mas, por outro, uma mulher que incorpora o esplendor da beleza estética. A resultante de tudo isso, que incomoda profundamente as outras mulheres (muito mais inteligentes, porém não tão “belas”), é que a “loura burra”, apesar de “burra”, consegue tudo o que quer, pois sendo extremamente bem-sucedida na maximização da sua beleza, se torna “poderosíssima”, como malgrado reconhecem as próprias mulheres.Outro exemplo, mundialmente trágico, é o terrorismo – maior ameaça difusa da atualidade. Terroristas são “fazedores” por excelência e, “fazendo” ao máximo, constituem o maior temor da comunidade internacional; pois, indubitavelmente e infelizmente, terroristas têm muito poder.Na verdade, informação e conhecimento podem representar valor inestimável em termos de poder como “potencial de poder”. Significa dizer que maior será o poder daquele que aplicar o seu saber em benefício da maximização de suas ações, sem o que toda informação e conhecimento são inúteis.Portanto, o poder é privilégio e exclusividade dos que têm a coragem de agir com efetividade. Quando pessoas dessa natureza também são contempladas com as expertises da inteligência e do saber seu poder é digno, legitimo e absoluto.

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