quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O amor

Artigo de André Soares - 14/08/2010 
 
“Eu te amo!”

Essa, que deveria ser a máxima e universal expressão da comunhão afetiva entre as pessoas é, na verdade, a maior e mais cruel mentira a atingir nossos corações.

Como bem disse Caetano Veloso em sua canção:

“...É um abusar de um santo nome, em vão....ou é a santificação de uma banalidade...”
“Eu te amo!” sempre foi usado pelas pessoas como uma grande blasfêmia contra o próximo, contra si mesmas e contra o próprio amor.

Quanta desilusão, sofrimento e toda a sorte de infortúnios e tragédias são cometidos, em nome do amor!

Amor fraternal, amor paternal, amor maternal, amor ao próximo, amor à pátria, amor romântico.....

Afinal, o que é o amor?

Inúmeras são as respostas, pois em algum momento de suas vidas, todos se convencem imaginar saber o que é o amor.

Os poetas são especialmente célebres em inspiração a nos ajudarem nessa difícil investigação.

Só para citar alguns:

Na visão romântica de Camões (Luís Vaz de Camões)

“Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer...”.

No sentimento apaixonado de Vinicius de Moraes

“E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.”
 
Na abstração sofrida de Djavan
 
"Amar é um deserto e seus temores
Vida que vai na sela dessas dores
Não sabe voltar
Me dá teu calor
Vem me fazer feliz porque eu te amo
Você deságua em mim e eu oceano
E esqueço que amar é quase uma dor..."

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