quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O "pecado" mortal da Inteligência

Artigo de André Soares - 15/08/2010.
 
A Inteligência de Estado é o instrumento mais poderoso do estado constituído, por meio do qual o Estado pode absolutamente tudo (até o que ‘não pode’). É exatamente por isso que ela é apanágio apenas dos nobres. Caso contrário, desmorona. Sempre desmorona.

“Nós ganhamos a guerra da revolução e perdemos a guerra da comunicação” é o ‘mea culpa’veladamente assumido pelas mais nobres autoridades da Inteligência do Brasil. Todavia, a atual reincidência dos graves erros cometidos no nosso passado recente revela que esse crucial aprendizado não se consolidou, confirmando a infelicidade que vive a Inteligência nacional, pois “se errar é humano, persistir no erro é burrice”.

Este é o resultado do diletantismo irresponsável que predomina nessa atividade no país, a qual ainda está vitimada pelo único “pecado” mortal da Inteligência de Estado - a ingenuidade.

A Ingenuidade é o “pecado” mortal de acreditar em mentiras, quaisquer que elas sejam. Assim, nossa Inteligência está infestada de “pecadores”, responsáveis por conduzir o país ao sofrimento de sua maior e pior crise institucional de Inteligência de sua história.

Com isso, estamos à mercê da ação dos serviços de inteligência estrangeiros, do crime organizado e da corrupção, enquanto esses “pecadores” incautos fogem do ‘bom combate’, se escondendo na covardia de acreditar nas mentiras proferidas pelos próprios inimigos que deveriam combater.

Uma sociedade com uma 'Inteligência' assim não precisa de inimigos.

Se a Inteligência de Estado, em nome do Estado, pode absolutamente tudo; o que ela não pode é estar confiada aos ineptos, covardes e “pecadores”.


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