quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O homem-bibelô


Artigo de André Soares - 27/08/2012

 
 
Desde Adão e Eva, o homem sempre atuou na história como protagonista principal. Contudo, a mulher especializou-se nos auspícios de agir como eminência parda, fortalecendo-se na imortalizada beleza da Vênus de Milo, a deusa do amor. Nos dias atuais, vivemos a consagração da vitória feminina, cuja estratégia silenciosa ao longo dos tempos conduziu as mulheres à conquista do mundo, conquanto os homens ainda não tenham se apercebido disso. Na "guerra dos sexos", ao contrário do que se imagina, as mulheres não são o sexo frágil, embora tenham a habilidade de fazerem crer que sim. A realidade é que elas venceram dominando a arte de persuadir, sem se revelar; conhecer, sem ser conhecido, e continuando a ser um enigma especialmente para os homens, reduzidos hodiernamente por elas ao papel de "homem-bibelô".
O “homem-bibelô” é um fenômeno contemporâneo degenerativo da natureza masculina, conseqüência da estratégia hegemônica feminina. Destaca-se que ele está afeto exclusivamente à ação das mulheres bem-sucedidas que, especializadas na principal vulnerabilidade masculina, uma vez que os homens são escravos do sexo, sobrepujam-nos e os escravizam completamente. Todavia, essa expertise requer inteligência, perseverança e determinação das mulheres, visando à conquista e manutenção das principais fontes do seu poder e domínio sobre os homens: a beleza e a independência financeira. Ressalta-se que sua hegemonia está exclusivamente vinculada à estética corporal feminina porque a supremacia do poder da mulher está na beleza do seu corpo, não de suas ideias. Assim, tornando-se esplendorosamente belas e independentes financeiramente as mulheres escravizam plenamente o sexo oposto, libertando-se do jugo provedor masculino.
Portanto, na "guerra dos sexos" a verdade é que os homens são cada vez menos imprescindíveis às mulheres quanto mais poderosas elas se tornam, embora a recíproca não seja verdadeira. Porque é crucial não esquecer que somente os homens são escravos do sexo. Pois, as mulheres são escravas do amor, conquanto sejam confusas quanto a esse sentimento, razão pela qual são infiéis, principalmente as poderosas. Destarte, o seu real interesse pelo sexo oposto recai somente sobre os homens mais bem-sucedidos que elas, desde que possuam manifesto potencial para a satisfação de suas vaidades e desejos. Esse é o contexto em que o fenômeno do “homem-bibelô” se manifesta, ocorrendo majoritariamente no público-alvo masculino financeiramente privilegiado, cujo perfil é constituído principalmente por empresários, políticos, artistas, banqueiros, chefes de organizações criminosas, dentre outros.
Esses homens estão sendo avassaladoramente condenados a “homens-bibelôs”, pois se tornam marionetes nas mãos dessas mulheres poderosas, inevitavelmente transformados em zumbis ao seu serviço, sedentos por sua companhia e atenção, miseravelmente escravizados por migalhas de sexo. Abdicando ao protagonismo no relacionamento homem-mulher, os “homens-bibelôs” subvertem-se a um comportamento subserviente, no qual aceitam ser exibidos socialmente por elas a tiracolo, reduzidos a decorativo troféu de cobiçado exemplar masculino servil, ou à futilidade de um descartável “souvenir” de luxo. Perdem assim valorosos e fundamentais atributos da masculinidade inerentes à personalidade do homem viril, tão especialmente admirados e desejados num homem, particularmente pelas próprias mulheres.
Os “homens-bibelôs” são “homens de brinquedo”, sem identidade e autoconfiança, emocionalmente fragilizados, inseguros e dependentes, a abarrotarem os consultórios psicológicos em busca do seu “elo perdido”. Esta é uma conjuntura epidêmica em todas as classes sociais e faixas etárias, assinalando um cenário de prognóstico desfavorável na inexorável e interminável "guerra dos sexos".
Quanto às mulheres poderosas, resta-lhes a esperança de terem a felicidade de encontrar em suas vidas um verdadeiro homem como companheiro, que esteja à sua altura em todos os sentidos, com personalidade e força de espírito para lhes amar e proteger, inspirando-lhes amor e admiração. Nesse mister, a despeito de suas vertiginosas conquistas históricas e de comandarem cada vez mais os desígnios da humanidade, a verdade é que as mulheres têm fracassado sistematicamente ante ao derradeiro desafio de suas vidas pessoais, crucial à felicidade feminina. Porque mulheres poderosas podem manipular legiões de “homens-bibelôs”, mas “somente uma grande mulher ladeará com um grande homem”.

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